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sexta-feira, 20 de novembro de 2009

Filosofias e Princípios Irm Ambrósio Preters (*) Filosofia é uma ciência, a rainha das ciências, expressão maior da busca racional da verdade. A Filosofia é a ciência da Lógica. Ela se propõe ampliar progressivamente a compreensão da realidade que nos rodeia, isto é, apreender o mundo como uma totalidade, e isto inclui a sua origem e a sua causa primeira, ou Causador Primeiro, que costumamos denominar Deus. A Filosofia como ciência não pode, em sentido amplo, partir de pressupostos aleatórios que não possam ser demonstrados logicamente, ou de fatos não passíveis de serem submetidos a experiências repetitivas ou a experimentação científica padronizada. Em sentido restrito, pode a Filosofia também ser definida como um compósito de estudos ou considerações tendentes a reunir, num conjunto ordenado, determinados conhecimentos expressamente limitados a um campo de cultura ou pesquisa. Assim, podemos ter a Filosofia da Ciência, a Filosofia Social, a Filosofia da História etc. Os estudos filosóficos, no sentido de busca incessante da verdade, ou seja, do conhecimento do mundo que nos rodeia, pode eventualmente partir de pressupostos ou premissas liberalmente aceitas que componham conjuntos ou sistemas de teses doutrinárias de uma determinada época ou país, ou de determinado ideário como, por exemplo, a Filosofia Grega, a Filosofia Cartesiana, a Filosofia Cristã e, evidentemente, a Filosofia Maçônica etc. Em razão desses princípios, filosoficamente falando, são justamente essas proposições, pressupostos, preceitos ou regras diretoras, que subordinam e delimitam todo o desenvolvimento posterior dessas filosofias restritas a seus determinados campos, grupos, regiões ou épocas. Esses diversos pressupostos podem classificar-se como máximas, que são princípios básicos indiscutíveis da ciência e da arte; axiomas, que são premissas imediatamente evidentes admitidas universalmente como verdadeiras sem exigência de demonstração; teses, que são proposições apropriadas à compreensão de fatos específicos - teorias, que são conjuntos de princípios fundamentais de uma arte ou de uma ciência; hipóteses, que são proposições ou conjuntos de proposições provisórias, que antecedem outras, servindo-lhes de fundamento. A Filosofia Geral, ou Filosofia Pura é um campo ilimitado do pensamento quando pode se desenvolver num ambiente de plena liberdade cultural e de consciência, sempre tomando como ponto de partida as possíveis proposições referidas no parágrafo anterior: máximas, axiomas, teses, teorias, hipóteses, sem nenhuma limitação. Embora essas liberalidades de seu desenvolvimento, não parecem razoável especular apenas pelo prazer de especular, pois assim a grande ciência da Filosofia deixaria de ser grande, porque não levaria a lugar algum; levaria apenas ao conhecimento pelo conhecimento, seria um diletantismo infrutífero. Como disse Platão, a Filosofia só se justifica se for uma busca do conhecimento para o bem do homem e o bem máximo do homem, sua suprema felicidade, é a percepção e a contemplação plena da verdade. Sob esse aspecto a Filosofia somente se justifica como instrumento da busca da verdade em benefício da humanidade. E o que será essa verdade de que tanto se fala na Filosofia? As concepções de verdade podem apresentar três faces distintas: a verdade como correspondência; a verdade como revelação; a verdade como conformidade. A concepção de verdade como correspondência nos diz que a verdade não está nas coisas percebidas e sim em nossa mente. Nas coisas está a medida da verdade. Isso significa que verdade é afirmar aquilo que alguma coisa é aquilo que é e como ela é (exemplo: todo cão é um animal); falso é dizer que alguma coisa é aquilo que não é (exemplo: todo cão é um gato). Verdade é aquilo que as coisas manifestam ao homem e que é percebido pelo homem. A neve é branca porque o homem a percebe assim e porque a neve se manifesta assim. A brancura da neve existe porque o homem se apercebe dela. A brancura da neve não está na neve, está na mente do homem. Num mundo sem homens e sem luz não haveria cores; a existência de cores depende da luz e da percepção do homem. Essa é a definição de verdade como correspondência. E a concepção popular. Ampliando o que dissemos a respeito da brancura da neve, podemos afirmar que o próprio Universo existe porque existe a energia que o permite manifestar-se e porque existe o homem que o percebe. A verdade como revelação tanto pode ser a verdade empírica que nos é revelada a partir da manifestação das coisas que existem na natureza (exemplo: a chuva molha), como pode também ser a verdade metafísica, ou teológica, simplesmente intuída, ou então comunicada ou revelada por um Ser Supremo a uma pessoa ou a um grupo de pessoas privilegiadas, ou a um povo escolhido. A verdade revelada não é submetida a discussões filosóficas. A verdade revelada pela natureza, por um ser sobrenatural ou por algum homem iluminado, é simplesmente aceita como ponto de partida para a busca de verdades dela derivadas. A verdade revelada exclui a busca livre da verdade, uma vez que restringe a busca às verdades derivadas da revelação. Esta concepção parte da suposição primária básica de que existe um Deus, corpóreo (Cristianismo) ou incorpóreo (judaísmo, Islamismo), que em certo momento de sua existência eterna decidiu comunicar a verdade a algum habitante do nosso imenso universo , ou de que há uma natureza que se revela a nós através da ciência ou de percepções pessoais. A existência de um Deus de concepção teísta não pode ser filosoficamente demonstrada, e em razão disso recusam-se os adeptos da verdade divina revelada a discutir a existência do seu Deus que crêem inquestionável. De outra parte, isso se assemelha à revelação das verdades pela natureza através da ciência, também tida como inquestionáveL A formação de filosofias modernas, que apareceram após o advento do Racionalismo partem dos princípios científicos stricto sensu, isto é, acadêmicos. A diferença está em serem estáticas as revelações divinas, ao passo que as filosofias naturais evoluem com a evolução da ciência. A verdade como conformidade é a que concebemos como conforme aos mandamentos e aos princípios de um sistema de conhecimentos, ou conforme a um conjunto de conceitos que aceitamos como correto a partir de um sistema de verdades reveladas. Aqui se enquadram os dogmas e os mandamentos das religiões, as definições das escolas filosóficas, os textos dos livros sagrados etc. A maioria das escolas ou correntes filosóficas admite como verdadeiros os conjuntos de princípios definidos a partir da verdade como correspondência, isto é, da verdade deduzida a partir da percepção da natureza, da percepção pela observação direta, ou da percepção através do método científico, da própria Filosofia e assim por diante. É a Filosofia não dogmática. já a maioria dos sistemas religiosos aceita um conjunto de verdades reveladas pelo Ser Supremo, a partir das quais os grupos religiosos formam conjuntos diversificados de conceitos julgados não questionáveis, que constituem a verdade como conformidade de cada um deles. À verdade das escolas ou correntes filosóficas se chega através do livre exercício do pensamento, ou seja, através da Filosofia Geral ou Pura. A verdade dos grupos ou sistemas religiosos é uma verdade definida ou dogmática a que se chega através da revelação, isto é, da pura aceitação, da fé. (*)Irm Ambrósio Preters A R L S "Os Templários" GOB/Paraná Or de Curitiba - PR. Escritor, Historiador Filosofo e Livre Pensador.

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